quarta-feira, 30 de junho de 2010

Rápidas impressões da vida de Julie [1]



Dos 14 anos que ja viveu junto dos seus, era ela aquela pedra a ser esculpida, aquele coração a ser tomado. E assim aconteceu e, acredite, não faltaram pedras que lhe pudessem causar as maiores feridas. Destas a do coração. mas a vontade de ser mais em si e para si era ainda maior que tudo que a fizesse mal.
Superar o medo de um futuro sem certezas agradáveis era igual a levantar-se todos os dias e pegar a mesma bicicleta, que ganhara quando mais nova, e seguir o mesmo caminho cortando as montanhas. Porém, do pouco que lhe agradava, muito lhe completava. Ela tinha os lírios a recolher e presentear a si mesma na sua cestinha do guidom. E os campos abertos, de sonhos, de luz, de sorte, afinal de contas Julie podia alcançar qualquer ponto do horizonte com sua imensa alma, embora desgastada mas que se recuperava a cada dia que sentia o ar puro e a vida renascendo, como poucas vezes sentira. Amava seus pais com uma imensidão de carinho única. Eram por eles os seus agradecimentos de vida e de sorte que fazia todas as noites e o seu cobertor frio não era maior que isso. O pai recém chegado da guerra, tinha mais certezas de vida e zelo por ela do que qualquer outro homem teria para ser competente de conselhos dos mais valiosos sobre felicidade, compaixão e fé. Sua mãe, que antes de ter Julie, perdeu dois filhos no momento do parto, entende mais do que os que mais sofreram por si sobre corágem, bondade e amor. (...) continua..

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